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segunda-feira, 9 de julho de 2018

Crítica: mais leve, Homem-Formiga e a Vespa deve agradar aos fãs



Homem-Formiga e a Vespa fez sua estreia nos cinemas brasileiros na última quinta-feira (5), com a responsabilidade de ser o primeiro filme da Marvel pós-Vingadores: Guerra Infinita, que teve um final chocante e sombrio. Apesar de pequenos contratempos e de demorar para engrenar, a sequência de Homem-Formiga, como qualquer outro longa do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) é satisfatória e deve agradar muita gente.

Confira abaixo uma crítica sobre Homem-Formiga e a Vespa.
ATENÇÃO: spoilers abaixo. Se ainda não assistiu ao filme, termine aqui sua leitura.

Sinopse

Homem-Formiga e a Vespa tem como grande objetivo o resgate da Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer) do Reino Quântico, mas também existem vários subenredos presentes dentro de sua história: a prisão domiciliar de Scott Lang (Paul Rudd) e seu relacionamento com sua filha, Cassie Lang (Abby Ryder Fortson); a empresa prestes a ser fundada pelo herói e seu divertido amigo Luis (Michael Peña), o desejo de Sonny Burch (Walton Goggins) de se apoderar do laboratório de Hank Pym (Michael Douglas) e toda a história por trás da Fantasma (Hannah John-Kramer), vilã do filme que tem a ajuda de Bill Foster (Laurence Fishburne).

Os dois primeiros atos do filme se resumem a abordar um pouco cada uma dessas histórias. O filme engrena de vez no terceiro ato, quando Hank Pym vai até o Reino Quântico e resgata Janet do local. Enquanto fazia isso, Scott, sua filha Hope (Evangeline Lilly) e Luis fugiam de Burch e da Fantasma. E no final, tudo dá certo: Burch e seus capangas são presos, Hank consegue reunir sua família pela primeira vez em 30 anos, Janet cura parcialmente a Fantasma e Scott é liberado de sua prisão domiciliar.

O filme tem duas cenas pós-créditos: a primeira retrata Scott retornando ao Reino Quântico para reunir mais partículas e curar a Fantasma, mas acaba preso no local após Hank, Hope e Janet se tornarem outras vítimas do estalar de dedos de Thanos em Vingadores: Guerra Infinita. A segunda mostra todo o impacto do final do filme da equipe, enquanto a formiga treinada para substituir Scott em sua casa continua tocando bateria.


Homem-Formiga e a Vespa é um filme bem mais leve, se comparado com o tom sombrio de Guerra Infinita. E como todo longa da Marvel, repetiu sua fórmula consagrada de alternar momentos de ação com algumas pitadas de humor, que como não poderia deixar de acontecer, são responsabilidade do próprio Scott e principalmente Luis.

O desenvolvimento de alguns personagens é outro ponto forte de Homem-Formiga e a Vespa. O grande destaque fica por conta de Hope van Dyne, que por conta de seu conhecimento em artes marciais, já é apresentada como uma heroína madura e durona. Podemos dizer que ela é a estrela do filme nos dois primeiros atos. Evangeline Lilly fez um ótimo trabalho com sua personagem.

O mesmo vale para Luis, um dos alívios cômicos do filme, que além de ter fundado uma empresa de segurança ao lado de Scott, ajudou os heróis na parte final; e Hank Pym, que se aventurou no Reino Quântico para salvar a esposa. Com certeza, foi uma forma da Marvel compensar o fato de tê-lo transformado apenas em um mentor para Scott e Hope, já que nos quadrinhos, ele foi o Homem-Formiga por muito tempo.

E também vale citar a participação de Cassie Lang, que apesar de ter aparecido pouco, se tornou outro destaque da sequência por conta de seu carisma. Quem sabe ela não pode se tornar a heroína Estatura no futuro?

A ação de Homem-Formiga e a Vespa também é outro ponto forte do filme, pois mesmo com tantos enredos abordados, ela não ficou de fora. Vale o destaque para a sequência final, com a perseguição nas ruas de São Francisco enquanto Hank resgatava Janet do Reino Quântico.

E a cena de meio de créditos? Foi um ótima jogada para não fazer o público se esquecer do final chocante de Vingadores: Guerra Infinita. Além de nos deixar com a pulga atrás da orelha: como que Scott conseguirá sair do Reino Quântico sem a ajuda de Hank, Hope e Janet, que se tornaram outras vítimas de Thanos? Em breve descobriremos.

Também vale o destaque para a grande parte técnica do filme, que são seus efeitos especiais, que como ocorre em qualquer longa da Marvel, foram bem executados, com destaque para as cenas do Reino Quântico.

No entanto, Homem-Formiga e a Vespa também possui pequenos problemas que o impedem de ser um filme considerado excelente. Enquanto alguns personagens foram bem explorados e desenvolvidos, não podemos dizer o mesmo para outros.

Um exemplo é o próprio Scott Lang. Sim, Paul Rudd se saiu muito bem novamente e parece ter nascido para dar vida ao herói, mas ficou um pouco de lado até o ato final. Em alguns momentos, ele até chegou a mais atrapalhar do que ajudar Hank e Hope. Esperavamos um pouco mais dele.

Outro personagem que vale ser citado é Bill Foster. Nos quadrinhos, ele se tornou um herói, que ficou conhecido pelo nome de Golias. Mas para a decepção de quem acompanha a obra original, ele ficou relegado a um papel neutro, em que ajuda a Fantasma, mas também não se torna um vilão pra valer. Outra figura que merecia um trabalho e destaque maiores.

O mesmo também pode ser dito para os vilões. A Fantasma até possui uma origem triste e muitos podem compreender suas ações, como forma de reparar um erro. No entanto, ela mais atrapalhou os heróis e ficou longe de realmente se tornar uma ameaça. O mesmo pode ser dito para Sonny Burch, um vilão secundário que também só atrasou a vida de Scott, Hope e Hank. Dois antagonistas que serão rapidamente esquecidos, infelizmente.

Por fim, outro ponto que atrapalhou o desenvolvimento de Homem-Formiga e a Vespa foram seus subenredos. A Marvel até que conseguiu trabalhá-los bem, diferente de muitos filmes que abordam esse aspecto de forma corrida e desajeitada. Mas no fundo, tantas histórias paralelas travaram um pouco o desenrolar do filme. Como dito algumas vezes, o longa só engrena na parte final, justamente por agregar todos esses elementos de uma única vez. Se isso não tivesse acontecido, muita gente sairia do cinema decepcionada.
Veredito

Apesar das questões citadas acima, Homem-Formiga e a Vespa ainda soube aproveitar a fórmula de sucesso da Marvel e é um bom divertimento para seus fãs. Seu tom mais leve foi muito bom para fazer os fãs esquecerem, mesmo que por um momento, tudo que aconteceu em Vingadores: Guerra Infinita, mas também nos deixou com um ar de mistério por conta da cena de meio de créditos. Agora é aguardar e ver Scott se tornar um Vingador pra valer em Vingadores 4.
Nota: 8/10

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